segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

divagações surreais

- Eu uso a literatura para fazer do meu jeito. Narrar do meu jeito...
- Mesmo que seja criando flores cheirosas onde só haviam canteiros mal cuidados?
- O que seria da vida sem a arte para embelezá-la?

domingo, 10 de janeiro de 2010

na mesma conversa

- Mas você sabe o que me deixa mais feliz?
- Diga.
- É pensar que não tem nada que me faça pensar "putz...isso é um problema".
- Raro isso, hein?
- Bastante. E eu cheguei e desconfiar que fosse só por estar apaixonada e tal. Mas a cada dia que passa as coisas se confirmam mais.
- É, aproveita, porque não tem dessas sobrando por aí.
- Estou aproveitando. E espero aproveitar por muito tempo ainda. Me faz um bem enorme.
- Fico feliz demais por você. Não canso de dizer.
- Se lembra de um depoimento que você me mandou, falando coisas sobre respeito?
- Claro.
- Foi a primeira vez que eu percebi a importância que eu dou pra forma como as pessoas que estão perto de mim tratam as outras. Foi lendo esse depoimento que eu percebi em mim o quanto eu seleciono as pessoas que eu quero por perto pelo respeito que elas dedicam aos outros.
- Também me importo demais com isso.
- Eu disse isso pra ela hoje. Disse que é isso que eu mais admiro nela. Principalmente porque é uma coisa completamente natural.
- Amiga... você está apaixonada. Ainda bem que por uma boa pessoa.

questões alheias

- Eu tô muito feliz. De um jeito que desconfio não ter sido antes.
- Que bom. Você sabe o quanto fico na torcida. O tempo todo.
- Mas e você? Como andam as coisas?
- Eu tô amarradão naquela loirinha. Mas tem uma coisa que me incomoda.
- O quê?
- É uma coisa que eu sei que não posso comentar com qualquer pessoa por aí, porque muita gente não percebe o quanto isso me faz diferença, o que pode indicar.
- Nossa, falando assim..o que ela tem?
- Ela escreve "mais" no lugar de "mas"...
- Rsrsrsrsrsrsrsrsrrs
- Você me entende, não é?
- Sim. Mas é sempre? Porque, sei lá, essas coisas de internet, mensagem de celular, sempre acaba indo um errinho aqui, outro ali. Coisas que você digita rápido demais e acaba passando.
- Eu sei. Já pensei que posso estar sendo um pouco rígido. Mas é sempre.
- Bom, não vai terminar com a menina por isso, né?
- Não, não vou. Mas você sabe o que esse tipo de coisa pode indicar.
- Sei. Mas também pode não ser nada. Pode ser só uma falha. Com o tempo você pega intimidade e ensina pra ela. (rsrsrsrsrs)
- É, vou pensar em uma maneira. Mas tenho medo de não parar por aí. De um erro bobo desses, mas recorrente, indicar outras coisas.
- Eu sei do que você tem medo, mas tem um bom teste pra isso: Leva ela pra beber com amigos, desses que você sabe que em algum momento o papo vai pesar um pouco mais, e vê como ela se sai.
- Já levei! (rsrsrsrs) E ela se saiu bem.
- Bom, então pode ser só cisma sua mesmo, amigo.
- Mas você entende o que importa?
- Sim, entendo.
- Não dou conta de mulher fútil mais.
- Vai levando e vê onde chega. Porque o problema da futilidade é ela não te acompanhar depois e acabar achando um saco programas que pra você são excelentes.
- É nisso que eu queria chegar. Mas só com o tempo eu vou conseguir perceber isso.
- Também acho.

domingo, 27 de dezembro de 2009

saudades futuras

-Pô... e eu me lembro de quando vocês namoravam...você ficava querendo que ela fosse lá e ela não ia...evitava entrar, te esperava no carro....pra agora ficar indo lá toda semana. Já é nessa rua?
- Não..mais pra frente. Pois é, amigo. Mulher é assim mesmo...depois que perde...
- É...sei bem.
- Mas já não me faz diferença. Seria uma baita babaquice se eu ainda fosse afim dela...mas acontece que eu não sou. Eu acabei ficando muito melhor do que imaginava. Não troco o que eu tenho hoje por nada.
- É. Eu sei. É nessa rua?
- Não. Na próxima. Enfim... deixa pra lá...deixa ir, deixa perder comanda, deixa ficar bêbada até passar mal, deixa achar que eu sou alguém mais apresentável agora, que não sou mais a garçonete. Pelo menos a partir de hoje, né?
- É...vou sentir saudades de você.
- Eu também. Muitas.
- Vai ser tenso ficar lá sem ter com quem fazer os comentários chulos que eu faço. Sem ter com quem rir quando o clima tá pesado...
- Imagina se no banco eu vou trabalhar ao lado de alguém que repara no sapato das mulheres que entram lá? Também vou sentir muito sua falta.
- Vou beber aquela garrafa de tequila toda em sua homenagem .
- Já tá chegando...Beba. Eu vou estar aqui torcendo por você, mas na banheira de um motel, se tudo der certo....rsrsrrsrs
- Tá vendo. Quem que vai parar do meu lado pra ficar falando essas besteiras?
- Pára...que já tá me dando vontade de chorar.
- Não esquece de mim, viu?
- Nunca. E vou te ajudar sempre que puder. Você merece. Vê se cria juízo e vai correr atrás das suas coisas. Não se acomoda.
- Eu não sei nada do que vai me acontecer em 2010. Mas vou pensar mais nessas coisas.
- Pense. E lembre de mim. E se prepara pra pedir uma folga depois do carnaval..início de março, depois que sair meu salário...você vai posar de patrão no Rio de Janeiro....rsrsrsr
- Já é aqui?
- É sim.
- Ela tá aí?
- Não. Vou fazer uma surpresa. Vai me encontar dormindo quando chegar.
- Você é foda, mulher! Te amo!
- Eu também. Te vejo amanhã.
- Me liga.
- Assim que acordar.

verdades

- Olha, eu te deixei vir até aqui pra poder te falar algumas coisas.
- Ham?
- Primeiro: queria muito que você conseguisse entender que pessoas não são melhores ou piores por suas orientações sexuais. Queria que você conseguisse ver que não existe um problema nisso. Olha ao seu redor. São todas minhas amigas. AMIGAS. Pessoas felizes, que saem, bebem, se divertem, tem amigos, beijam na boca e vão tomar café na padaria no dia seguinte de manhã. Sem que haja nenhum problema. Percebe?
- Você não vai ficar me dando lição de moral a essa hora da manhã, né?
- Não. Mas você vai ficar quietinha, me ouvindo. Porque até discutir com cliente por sua causa eu fiz hoje. E olha que já faz tempo que a gente não tem nada.
- Tá...
- Segundo: Eu queria que você soubesse que ninguém aqui tem paciência pros seus joguinhos, pros seus flertes forjados, pros seus momentos de "pagar de hetero" pras suas amiguinhas que fingem que não sabem que você é gay. Aqui, todo mundo sabe que você é gay. Todo mundo sabe quem você é. Então não força isso mais. Não na nosa frente. Porque sempre que você fizer uma cena dessas, você vai sobrar. E daqui pra frente eu não vou estar aqui pra ir atras e dizer pra você ficar. Pra dizer que você pode estar entre a gente. Me entendeu?
- Uhum.
- Melhor assim. Eu também quero que você fique bem.


Porquê tem horas que as circunstâncias te levam ao ápice da sinceridade.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

não adianta se preparar

"Ele sempre vai te pegar de surpresa"

- Mãe, o que é sexo?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

coisas que só ele

- Mãe, eu quero parar de comer carne vermelha, você deixa?
- Por quê, Arthur?
- Porque carne vermelha faz mal.
- Bom...se você continuar a comer carne branca e se alimentar bem, acho que não tem problema.
- Mãe, você sabia que eles dão uma injeção pro boi ficar gordo e essa injeção faz muito mal pra gente?
- Filho, eles fazem várias coisas com o boi, com o frango...mas a gente não tem muito como fugir disso.
- Sabe o que acontece? É que existe muita gente gananciosa no mundo. Eles querem ganhar muito dinheiro e nem ligam se o boi vai sofrer, se vai fazer mal pros outros. Mas quando eu tiver a minha fazenda, nem que um homem fale assim: 'Eu te dou cem reais pra você dar uma injeção no seu boi', eu não vou deixar. Quando eu tiver uma fazenda, meus bois vão ser os maridos das vacas e a gente só vai tirar o leite delas.
- Mas nem um churrasquinho, Arthur?