segunda-feira, 21 de setembro de 2009

vai saber [2]

- Me disseram o quê você decidiu, mas eu preciso que você me diga tudo.
- Eu acho que eu também te amo. Isso seria possível?
- Eu não sei.
- Quero que você vá embora, mas não consigo te pedir isso.
- Por quê?
- Porque eu sei que posso estar a quilômetros de distância que você vai continuar aqui dentro.
- Eu posso sumir por um tempo, se você quiser...
- Eu não quero.
- Talvez algumas idéias mudem se a gente conversar com mais calma.
- Eu amo isso em você?
- Isso o quê?
- De transformar em calmaria a tormenta que está aqui dentro.
- É melhor assim, não?
- Se você fosse menos compreensivo, se fosse menos tranquilo, se tivesse metade da insegurança que eu carrego, seria tudo muito mais fácil.
- Eu já vivi um bocado pra entender as coisas desse jeito.
- Se você não fosse tão....
- Você se apaixonou, não foi?
- Eu não sei. Não sei de mais nada.
- O que você sente?
- Uma vontade enorme de abraçar os dois, ao mesmo tempo, e dormir com esse cheiro, com esse carinho. Mas isso é um sonho, uma utopia. Nunca daria certo.
- Quantos relacionamentos você já teve? Quantos deles você realmente acreditou que iriam dar certo? Quantos deram?


E esse eterno abismo entre tudo que se pensa e se sente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário