quarta-feira, 22 de julho de 2009

investimentos

- Oi, amiga.
- Oi, meu anjo.
- Tudo bem?
- Tudo sim e você?
- Voltei pra ela, Camilinha.
- Rsrsrs. Você sempre volta, né?
- Mas dessa vez é diferente. Eu resolvi tentar de verdade e assumi que boa parte da culpa de tudo que não deu certo até agora é minha. Não tenho sido um bom namorado.
- Já é um começo. Apesar de eu não gostar muito de discutir essa história de culpa.
- Eu não fiz muita questão de que desse certo. Há tempos que não fazia. Nunca saí com os amigos dela, como posso cobrar que ela não saia com os meus?
- Isso é uma questão. Ela tava muito bem sábado. Tenho certeza de que se você estivesse lá, estaria se divertindo também.
- Isso sempre foi motivo de discussão pra gente. Acho que preciso mudar a forma que levei muita coisa.
- Bom, sobre "precisar" a gente já conversou. É importante que isso seja natural e não uma forma forçada de você reconquistar uma relação que estava perdendo. Você tem que realmente se divertir com os amigos dela. Ou no mínimo fazer isso de boa vontade, pensando que está só fazendo o que quer que ela faça por você também. E é bom que vocês conversem. Senta, discute as novas regras e se empenha pra que dê certo.
- Eu vou me dedicar mais e se dessa vez não der certo é porque não era pra dar mesmo.
- Amigo, tem quase sete anos que vocês estão juntos. Não tem como dizer que não deu certo. Não deu o que você queria que desse, talvez não tenha sido da forma que você gostaria que fosse, mas em algum aspecto deu certo. Tem que ter dado. Caso contrário vocês não suportariam a presença um do outro.
- A gente se gosta muito. Isso é o principal.
- Mas não é tudo, não é?
- É...parece que nunca é suficiente. Parece que a gente sempre cria uma barreira pro que deveria ser perfeito. É só tudo estar dando certo pra aparecer um problema.
- É porque a gente cria de verdade.
- E porque talvez não exista perfeição.
- Amigo, essa vida de pegação é uma delícia. Amigos, bares, noites e mulheres. Tudo faz bem pro ego e nos dá boas histórias pra contar, mas você sabe tanto quanto eu que nada paga ter alguém do seu lado. Alguém em quem você confie pra deitar no ombro, que você goste de rir junto. Alguém que te faça sorrir só de aparecer na sua frente. Não tem curtição que valha um bom relacionamento.
- Estamos todos ficando velhos, né?
- E mesmo assim, ainda novos demais pra achar que qualquer coisa que nos aconteça agora seja pra sempre.
- Não sei se quero que seja pra sempre.
- Nem eu. Pra sempre é tempo demais. Não sei onde eu vou estar daqui há um ano. Não tenho como saber quem ainda vai estar me acompanhando.
- Eu sei que vou me empenhar pra fazer tudo certo dessa vez.
- E eu vou estar torcendo daqui. Mas se daqui há um ano o nosso papo for outro, meu ombro continua um lugar onde você pode deitar, ok?
- Sabe o que é pra sempre? Isso.
- E isso eu sei que quero pra sempre. Te amo, amigo.
- Também te amo.

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