terça-feira, 2 de junho de 2009

incidentes

- Bom dia, amor!
- Bom dia.
- Nem te vi levantar. Já está indo?
- Tenho que ir, meu anjo. Meu vôo sai às sete.
- Promete que vai voltar logo?
- Eu te amo. Volto assim que resolver tudo por lá. Uns cinco ou seis dias devem ser suficientes.
- Vou sentir saudades. Acho que vou te levar no aeroporto.
- Amor, não precisa. Além do mais, você ainda precisa se arrumar, vai acabar me atrasando.
- Quero ficar com você mais um pouquinho. Você podia trocar seu vôo pra mais tarde e a gente aproveitava minha folga juntos.
- Meu anjo, - beijou-lhe a testa - eu volto em menos de uma semana. Já ficamos separados muito mais tempo que isso. Eu te amo. Torce pra dar tudo certo o mais rápido possível.
- Vou torcer. Me liga quando chegar?
- Te ligo do aeroporto, tá bem? Agora volta a dormir. Aproveita sua folga para descansar. Você trabalhou até tarde ontem.
- Verdade. Eu não dormi muito bem essa noite. Tive sonhos estranhos. Acho que não vou sair da cama o dia inteiro.
- Bom, já vou. Te trago um perfume de presente.
- Meu maior presente é ver você voltar.
Beijaram-se.
- Eu te amo.
- Eu também te amo.


(...)


Amor, você deve estar dormindo, porque não atendeu o telefone. Presta atenção: Eu te amo! Sempre te amei! Nunca quis estar longe. Desculpa minha ausência em tantas viagens. Eu te amo! Está acontecendo alguma coisa com o avião. Não sei o que é. Estamos passando por uma turbulência muito forte. Estão nos mandando pôr os cintos e as máscaras de oxigênio caíram. Eu te amo! Pra sempre. Acho que não vou poder levar o seu presente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário