terça-feira, 2 de junho de 2009

o que sobra

- Então é isso?
- É.
- Posso ir agora?
- Ainda não.
- Não vejo certeza nos seus olhos. Não me passa que esteja seguro da sua decisão.
- É que você me faz bem. Me faz muito bem.
- E mesmo assim prefere não me ter.
- É. Estranho, né? Mas é isso.
- É...estranho.
- Você... Eu... Não queria te ver sofrer.
- Não estou sofrendo. É uma pena que não dê certo, porque eu estava me apaixonando. Mas sofrer exatamente, não. Não vou sofrer.
- Me sinto melhor assim. É a primeira vez que sei estar sendo egoísta sem carregar nenhum peso por isso. Eu me preocupo com você, mas me preocupo mais comigo agora.
- Eu sei. E não te julgo mal por isso, porque eu sempre fui assim.
- Eu quero ficar bem.
- Eu quero que você esteja bem. Posso ir agora?
- Eu não quero te prender. Mas gostaria de te ter por mais cinco minutos.
- Acho arriscado.
- Por quê?
- Porque você pode mudar sua decisão e eu já estou conseguindo lidar melhor com ela agora, se isso mudar, eu não sei mais.
- Só mais cinco minutinhos?
- Por quê?
- Pra guardar em mim o seu sorriso e o seu jeito. Depois, pode ir.

Sorriu.

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