segunda-feira, 8 de junho de 2009

o contrário do amor

- Eu quero que você vá embora hoje.
- Eu não vou.
- Eu não estou pedindo.
- Não tenho pra onde ir. Não vou sair da minha casa sem ter pra onde ir.
- Você não está na sua casa. E eu quero que você vá embora hoje.
- Não tem a mínima condição. No fim de semana eu arrumo um lugar pra ficar e depois venho aqui buscar minhas coisas.
- Nem mais um dia. Não quero ter que te olhar nem mais um dia. Levanta, pega suas coisas e vai embora.
- Eu já disse que não vou.
- Então as suas coisas vão sozinhas. Eu mesma arrumo tudo nas malas e boto num taxi.
- Você não vai fazer isso. Eu sei que não vai. Você é covarde. E você me ama ainda. Ainda tem esperanças de que dê tudo certo com a gente.
- Minhas esperanças já acabaram faz tempo. Tem três meses que eu não te encosto. Eu tenho nojo de você. E você vai embora hoje.
- Pára de fazer cena, porque você sabe que eu não vou sair daqui no meio da noite.
- Sabe, eu não sei como pude ser tão otária. E tanta gente me avisou, tanta gente tentou abrir meus olhos. Como que você pôde? Como teve coragem? Tudo isso que eu descobri agora é muito pior que traição. É muito pior do que se você tivesse outra pessoa.
- Você pode falar o que quiser. Suas palavras não me afetam. Você me ama. Só está com raiva.
- Eu não te amo, nem te odeio mais. Tem me doído muito pensar no tempo e no dinheiro que eu perdi com você e guardo muito rancor do que você fez, mas não te odeio. Eu simplesmente não me importo mais. Se você tiver que dormir na rua hoje, eu não me importo. O dinheiro que você tem no banco paga uma boa suíte em um bom hotel. Eu não pago mais a conta de luz do seu banho. Nunca mais. Levanta e sai, agora. Tem um taxi parado lá embaixo. Tem duas malas de roupa sua dentro dele. É o suficiente pra você passar o resto da semana. No fim de semana eu te ligo e te falo que horas você pode passar aqui pra pegar o resto.
- Eu ajudei a escolher tudo que tem dentro dessa casa. Escolhi as cores das paredes...
- E eu paguei por tudo que você escolheu. É tudo meu. Me entrega suas chaves, desce e vai embora agora.
- Eu não vou sair da sua vida assim.
- Lamento, mas você já saiu.

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