segunda-feira, 15 de junho de 2009

gerações

- Me deixa ver sua tatuagem nova.
- É nas costas.
- Vai parar com isso, né?
- Não. Ainda faltam cinco. Quero ter sete.
- Pra quê isso?
- Porque eu gosto. Acho bonito.
- Não vejo nenhuma graça.
- Se eu tivesse dezesseis anos e precisasse da sua autorização, talvez desse mais ouvido ao que você está dizendo agora.
- Você está estragando seu corpo.
- Meu corpo é a única coisa que é minha de verdade, que vai sempre ser. Ainda faço com ele o que quiser.


- Você precisa se vestir melhor. Essas roupas que você usa, o jeito que você anda. Está se estereotipando demais.
- Mãe, acho que existe uma distância muito grande entre o que você gostaria que eu fosse e o que eu realmente sou.
- É. Existe mesmo.
- Às vezes, acho que você preferia que eu fosse uma dessas meninas "periguetes", que saem dando pra um cara por dia, escolhendo os namorados pelo dinheiro que eles tem na carteira.
- Não sei. Talvez.
- Excelente. Tudo que eu precisava ouvir.
- Só queria que você fosse diferente.
- Mas não sou.

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